Dadaísmo: A arte anarquista.
- dadaismopop
- 27 de mar. de 2016
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O dadaísmo foi um movimento artístico que surgiu em meio à guerra na Europa, cidade Suíça de Zurique, no ano de 1916. Possuía como característica principal a ruptura com as formas de arte tradicionais. Portanto, o dadaísmo foi um movimento com forte conteúdo anárquico.

Surge do encontro de um grupo de refugiados (escritores e artistas plásticos) com o intuito de fazer algo significativo que chocasse a burguesia da época. Este movimento é o reflexo da perspectiva diante das consequências emocionais trazidas pela Primeira Guerra Mundial. O sentimento de revolta, agressividade, indignação, instabilidade. O Dadaísmo é considerado a radicalização das três vanguardas europeias anteriores: o Futurismo, o Expressionismo e o Cubismo. Os artistas desse período eram contra o capitalismo burguês e a guerra promovida com motivação capitalista. A intenção desta vanguarda é destruir os valores burgueses e a arte tradicional.
O nome Dadaísmo vem do francês, em que dada significa “cavalo de madeira”, marcando a falta de sentido que a linguagem pode ter, como por exemplo quando um bebê fala. Existe um mito que determina que esse nome foi escolhido aleatoriamente, indo totalmente contra os padrões da arte da época.
O manifesto artístico, como citado anteriormente, teve seu início durante a Primeira Guerra e, em poucos anos, chegou em Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris, onde seus seguidores, posteriormente, deram início ao surrealismo. Sua principal característica era a ruptura com as formas de arte tradicionais e, por isso, trata-se de um movimento com um conteúdo anárquico muito forte.
Características principais
- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo e nos temas e conteúdos sem lógica;
- Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc) na composição das obras de artes plásticas;
- Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo.
Entre os principais artistas desse movimento, podemos citar Tristan Tzara, Marcel Duchamp, Hans Arp, Julius Evola, Francis Picabia, Max Ernst, Man Ray, Raoul Hausmann, Guillaume Apollinaire, Hugo Ball, Arthur Cravan, Jean Crotti, George Groszz, Richar Huelsenbeck, Marcel Janco, Clement Pansers, Hans Richter e Sophie Täuber.
Um dos principais autores e também fundador do Dadaísmo é Tristan Tzara, o qual ensina o seguinte a respeito do movimento:
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
A linguagem dadaísta pretende anular qualquer barreira quanto a significações, pois o importante nas palavras não é seu significado, e sim sua sonoridade. O som é intensificado com o grito, o urro contra o burguês e seu apego ao capital.
No Brasil o Dadaísmo tem referência através do escritor Mário de Andrade em seu livro Paulicéia desvairada, no qual há um poema chamado “Ode ao burguês”. Já no prefácio do livro, o autor recomenda que só deveriam ler o referido poema os leitores que soubessem urrar. Veja um trecho do poema:
Ode ao burguês
“Eu insulto o burgês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)”
Mário de Andrade
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